CONHEÇA A VIRGEM PADROEIRA DE CADA PAÍS DA AMÉRICA DO SUL


Não há como negar que a religiosidade e a fé católica está intimamente ligada à América do Sul. Aqui reunimos, a título de curiosidade, as histórias resumidas da padroeira de cada país!

Por cada país que passamos, escutamos histórias das virgens milagrosas, e vimos vários festivais de devoção às distintas imagens de Maria.

Reunimos estas histórias, pesquisamos um pouco na internet e resolvemos escrever este post, com um intuito informativo, e não religioso. Respeitamos todas as religiões e, à medida que formos avançando em nossa viagem, vamos escrevendo sobre cada uma delas!

BRASIL – NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA 


Quem é brasileiro com certeza já ouviu falar da Nossa Senhora Aparecida, mas muitos ainda não conhecem a sua história. Sua aparição data de outubro de 1717, e aconteceu no Rio Paraíba do Sul, próximo à atual cidade de Aparecida.

Contam os relatos que o então governador da capitania dos portos de São Paulo e Minas de Ouro, Pedro Miguel de Almeida, faria uma visita à cidade de Guaratinguetá, e seus moradores decidiram recebê-lo com uma festa. Apesar de não ser temporada de pescas, os pescadores lançaram seus barcos e desceram o Rio Paraíba até o Porto Itaguaçu, com a intenção de oferecer os peixes ao governador, mas não conseguiram pescar nada.

Depois de várias tentativas sem sucesso, os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves fizeram uma oração a Virgem Maria e pediram ajuda de Deus. Quando estavam prestes a desistir, João jogou sua rede, e pescou não um peixe, mas sim uma estátua da Virgem sem cabeça. Lançou a rede novamente e desta vez veio a cabeça.

A partir daí, pescaram tanto peixe que tiveram que voltar ao porto, senão o barco afundaria com tanto peso.

Sua imagem atualmente está na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida, SP.
Nossa Senhora da Conceição Aparecida, rogai por nós!

ARGENTINA – NOSSA SENHORA DE LUJÁN


A devoção a Nossa Senhora de Luján vem desde 1630, quando um português residente em Sumampa (atual província de Santiago del Estero), Argentina, resolveu construir uma capela em devoção a Imaculada Conceição. Este português, chamado Antônio Farias, teria pedido a um compatriota seu, residente no Brasil, para esculpir uma estátua da virgem. Seu amigo esculpiu duas, para que Antônio pudesse eleger a favorita.A peregrinação a pé a Luján é a maior manifestação de fé na Argentina

Em maio de 1630, ambas estátuas começaram a ser transportadas desde São Paulo. Depois de 3 dias de viagem, a caravana que as transportava parou próximo à atual cidade de Luján para descansar. No dia seguinte tentaram seguir viagem, mas a carroça não se movia. Juntaram mais cavalos e nada. Desceram uma das caixas e a carroça se moveu.

Intrigados, abriram a caixa e se depararam com a estátua da Virgem, com 38 centímetros. Para eles, estava claro que a Virgem queria permanecer ali.

Neste local foi erguida a Basílica de Nossa Senhora de Luján, que abriga a estátua até hoje. A segunda estátua, que representava a Virgem com Jesus nos braços, seguiu sem problemas até seu destino, onde foi construído um santuário de adoração a Nossa Senhora da Conceição de Sumampa.
Nossa Senhora de Luján, rogai por nós!

PARAGUAI – NOSSA SENHORA DOS MILAGRES DE CAACUPÉ

A história da Nossa Senhora de Caacupé remonta do inicio do século XVII, quando um índio guarani, chamado José, escultor e convertido ao catolicismo, regressava da selva para o povoado de Tobati, com um pedaço de madeira muito valiosa. Nesta selva, se viu cercado por índios da tribo mbayá, uma tribo rival que se rebelou contra a catequização espanhola e portuguesa.Estátua da Virgem de Caacupé

Temendo por sua vida, José orou a Virgem Maria, e prometeu que, se escapasse de seus inimigos, esculpiria uma imagem dela. Neste momento, Maria teria aparecido e gritado: “Ka’aguý cupe-pe!” – que, em guarani, significava “detrás dos arbustos de erva-mate”.

José correu para lá e se escondeu detrás do tronco de uma árvore que havia ali. Os mbayás passaram direto sem o encontrar.

Já em segurança, José cortou o tronco e esculpiu duas estátuas: uma maior, que doou para a igreja de Tobati, e outra pequena, que manteve em seu poder para devoção pessoal.

Anos depois, uma grande inundação, que criou o lago Ypacaraý, ameaçava destruir todos os povoados da região. O padre Luis de Bolaños benzeu as águas, e estas retrocederam até seus limites atuais. Neste momento, apareceu boiando uma imagem da Virgem, que os missionários disseram ser da missão de Tobati.
A partir de então, o pessoal da região a chamou de Virgem dos Milagres.

Vários anos mais tarde foi fundada a cidade de Caacupé, onde se encontra atualmente a basílica de devoção a esta virgem.
Nossa Senhora de Caacupé, rogai por nós!

URUGUAI – VIRGEM DOS TRINTA E TRÊS

Para entender a nomeação desta Virgem, é preciso entender melhor a história do Uruguai.

No ano de 1810, sob o comando do General José Artigas, o Uruguai começou sua luta pela independência. Quatro anos mais tarde, as tropas espanholas se retiravam.

Nisso, o Brasil, ao perceber que a zona do país denominada “Banda Oriental del Uruguay” estava debilitada, decidiu invadi-la, sob o pretexto de “reestabelecer a ordem”.Em 1821, esta região foi finalmente anexada ao Brasil.Procissão em devoção a Virgem dos Trinta e Três

Em 19 de abril de 1825, o exército conhecido como “33 orientais” se dirigiu às praias da “Agraciada” e começaram as guerras pela independência. Ao chegar ao município de Florida, se dirigiram a um pequeno templo, e colocaram nas mãos daquela Virgem o futuro do Uruguai.
Em 25 de agosto, a independência do país era proclamada.
A imagem desta Virgem se venera na Catedral Basílica da cidade de Florida.
Virgem dos Trinta e Três, rogai por nós! 

BOLÍVIA – NOSSA SENHORA DA CANDELÁRIA DE COPACABANA

Mais conhecida como Virgem de Copacabana, esta santa é, junto com a de Guadalupe (México), a mais antiga da América.

Sua história remonta do fim do século XVI, quando o povoado de Copacabana, às margens do rio Titicaca, estava dividido entre a devoção a Virgem da Candelária e a São Sebastião. Francisco Tito Yupanki, um indígena descendente dos reis incas, mas já convertido ao catolicismo, era um grande devoto da Virgem, e decidiu construir uma estátua em sua homenagem. Com pouca habilidade, o fruto de seu trabalho foi uma escultura tosca, desproporcionada e bastante simples. Ainda assim o padre do local, Antônio de Almeida, resolveu mantê-la no altar.Mucuvinha na Basílica de Copacabana

O padre Almeida, porém, acabou sendo transferido, e em seu local veio Dom Antônio Montoro, que se recusou a manter no altar uma imagem tão feia.

Humilhado, Tito seguiu para Potosí, onde foi estudar arte com o mestre Diego Ortiz. Com um conhecimento mais avançado, conseguiu esculpir uma imagem muito mais bonita da Virgem da Candelária. Feliz com seu trabalho, ele regressou para Copacabana, mas a população local se recusou a prestar culto a uma estátua feita por alguém que não fosse espanhol.

Mais uma vez abatido, Tito seguiu para La Paz, onde começou a buscar comprador para sua obra. Não se sabe exatamente como, mas a escultura chegou às mãos do Frei Francisco Navarrete que relatou que, durante a reza, a estátua parecia soltar raios de seus olhos. Esta informação correu dentro da Igreja, que logo ordenou que a imagem fosse transladada de volta a Copacabana.
Depois de conquistar os espanhóis, a estátua logo conquistou também os indígenas, prestando milagres e trazendo chuvas para as colheitas. Não demorou para que sua devoção atingisse todo o país.
Sua basílica se encontra na cidade de Copacabana, às margens do lago Titicaca.
Nossa Senhora da Candelária de Copacabana, rogai por nós!

CHILE – VIRGEM DE CARMEN

A Virgem de Carmen (ou Virgem do Carmo, em português) surgiu logo nos primeiros séculos do cristianismo, e sua estátua foi erguida no Monte Carmelo, em Israel.Estátua da Virgem de Carmen, exposta no Templo de Maipú, Chile

Sua história no Chile não está ligada a nenhuma lenda ou milagre, mas sim ao fato de que os libertadores nacionais, José de San Martín e Bernardo O’Higgins, a elegeram como protetora dos exércitos chilenos.

Suas principais imagens se encontram na Paróquia del Sagratrio, em Santiago, e no Templo Votivoto de Maipú.
Virgem Carmen, rogai por nós!

PERU – NUESTRA SEÑORA DE LA MERCED

Nuestra Señora de la Merced, ou, em português, Nossa Senhora das Mercês, não tem sua origem no Peru, mas sim na Espanha.

Durante a invasão moura no país, os cristãos estavam sendo perseguidos e escravizados. Em uma noite, Pedro Nolasco e um teólogo chamado Raimundo de Peñafort tiveram o mesmo sonho: neste, aparecia a Virgem, dizendo-lhes para fundar uma ordem para proteger os cristãos. Juntos, foram pedir ao rei de Aragão, Jaime I, para fundar tal ordem. Para surpresa de todos, o rei havia tido este mesmo sonho, e a ordem foi criada. Pedro foi nomeado grão mestre da Ordem de Nossa Senhora das Mercês, e futuramente seria canonizado como São Pedro Nolasco.Estátua da Virgem de la Merced, em Lima

A Nossa Senhora das Mercês acabou sendo escolhida pelo exército espanhol na conquista do Peru, e hoje é a padroeira do país.

Em Cusco, conhecemos uma história um pouco cruel desta santa: conta que, durante a resistência dos últimos incas à colonização, a Virgem e o apóstolo Santiago teriam aparecido e massacrado os indígenas. Santiago, inclusive, teria sido glorificado como “Santiago Mata-Índios”.
Como os peruanos ainda valorizam suas raízes, a Igreja tratou de apagar esta história.
O principal local de adoração a esta Virgem no país está na Basílica de Nuestra Señora de la Merced, em Lima.
Nuestra Señora de la Merced, rogai por nós! 

EQUADOR – NOSSA SENHORA DE QUINCHE

Não encontramos uma padroeira oficial do Equador, já que cada região venera uma imagem distinta de Maria. Aqui contamos a história da Virgem de Quinche, a que tem mais fiéis e é a padroeira de Quito.

Sua história remonta do fim do século XVI e início do século XVII, quando os indígenas da tribo Lumbisí encomendaram do artista Diego de Robles uma estátua da Virgem de Guápulo. Diego a esculpiu, mas os Lumbisís não conseguiram reunir dinheiro suficiente para pagá-lo. Assim, ele a levou a outra tribo, os Oyacachis, e a vendeu por lá.Imagem da Nossa Senhora de Quinche.
Sem muitos recursos, os indígenas a vestiram com uma manta simples e a puseram em uma pedra. Segundo os registros, de tempos em tempos o local se iluminava, a estátua emanava música e às vezes a encontravam com os pés sujos de barro, indicando que ela havia saído para socorrer pessoas em locais mais distantes.

Um dia Diego de Robles voltou à tribo dos Oyacachis. Neste momento, os indígenas pediram para que ele construir um altar para a virgem, mas Diego se recusou e seguiu seu caminho.

Na estrada, sem razão aparente, seu cavalo deu um salto, e Diego só não caiu por um barranco porque a espora de seu pé ficou presa em um arbusto. Com a vida em risco, ele apelou a Virgem, prometendo que, caso sobrevivesse, construiria o altar de graça. Logo várias pessoas surgiram para ajudá-lo, e ele cumpriu com sua promessa.

A imagem permaneceu com os indígenas por mais 15 anos, até que, em 1604, o bispo do local ordenou seu translado para a cidade de Quinche, onde permanece até hoje.
Nossa Senhora de Quinche, rogais por nós!

COLÔMBIA – VIRGEM DE CHIQUINQUIRÁ

A virgem de Chiquinquirá não foi talhada na forma de estátua, mas sim pintada em um manto.
A história começa no século XVI, durante as expedições de evangelização no centro da Colômbia.
Um cavaleiro espanhol, Antonio de Santana, encabeça a construção de uma casa para fins administrativos na região. Anexo, construíram uma capela.Imagem da Virgem de Chiquinquirá, padroeira da Colômbia.
Posteriormente, o frei Andrés Jadraque visita a capela e vê a necessidade de dotá-la com um manto ou quadro da Virgem do Rosário. Encomendaram a pintura com o artista espanhol Alonso de Narváez, e em 1562 ela foi colocada na capela, onde permaneceu até 1574.

Esta capela, simples e dotada de telhado de palha, sofria muito com a umidade, e a pintura acabou se borrando totalmente. De tão deteriorada, foi retirada da capela, levada até a cidade de Chiquinquirá e abandonada em uma capela por lá, onde chegou, inclusive, a ser usada para secar grãos.

A lenda conta que María Ramos, uma senhora do local, sabendo que aquele pano já guardara a imagem da Virgem, coloca-o no melhor lugar da capela. Diariamente rezava e pedia a virgem que se manifestasse; até que, em 26 de dezembro de 1586, quando María saía do oratório, uma indígena que passava pela porta gritou: “Senhora, olhe!”. Quando María se virou, a imagem no pano se havia restaurado completamente.

Desde então, a adoração à Nossa Senhora do Rosário de Chiquinquirá se espalhou por todo o país.
A pintura, supostamente original, está guardada atualmente na Basílica de la Virgen de Chiquinquirá, na cidade de Boyacá, Colômbia.
virgem de Chiquinquirá, rogai por nós! 

VENEZUELA – NOSSA SENHORA DE COROMOTO

A aparição da Virgem de Coromoto data de 1652, quando o cacique Coromoto e sua mulher atravessavam um rio e viram uma senhora, de extraordinária beleza, dizendo-lhes, em seu idioma: “vão à casa dos brancos e peçam a eles para que joguem água em suas cabeças, para que possam ir ao céu”. Casualmente um espanhol chamado Juan Sanchez passava pela região, e ouviu o relato do cacique. Sanchez então pediu para ficar 8 dias com a tribo, de forma que pudesse ensinar o necessário para que os índios pudessem ser batizados. O cacique, porém, se recusou, e fugiu para a selva.

Dias mais tarde, aquela senhora fez uma nova aparição. O índio, assustado ao ver que ela se aproximava, atirou-lhe uma flecha, mas ela simplesmente desapareceu, deixando-lhe um pergaminho com a sua imagem. O filho do cacique correu para avisar Sanchez, que se dirigiu ao local, pegou o pergaminho e o encaminhou às autoridades competentes.
O pergaminho foi levado à Igreja de Guanare, onde permanece até hoje.Imagem da Virgem de Coromoto.

O cacique de Coromoto ainda não se havia convencido, e escapou novamente para a selva, onde acabou sendo picado por uma cobra. Desesperado, voltou-se ao catolicismo e pediu seu batismo, e assim se curou.
 Nossa Senhora de Coromoto, rogai por nós! 

GUIANA E SURINAME – VIRGEM DE FÁTIMA

Venerada em todo o mundo, a Virgem, que fez sua aparição na cidade de Fátima, em Portugal, é a patrona oficial da Guiana e do Suriname.

Sua primeira aparição foi para três crianças, Lucia, Jacinto e Francisca, que estavam pastoreando na pequena aldeia de Leiria, em Portugal. Segundo seus relatos, a figura da Virgem surge após um relâmpago, e lhes pede para que rezem o rosário todos os dias, a fim de evitar que o mal caia sobre seu povoado e sobre o mundo.Representação da Virgem de Fátima em sua aparição às três crianças.

Depois desta aparição, a pequena população do local foi testemunha de outras mais, e a Virgem sempre fazia revelações de terríveis acontecimentos, que poderiam passar caso eles não rezassem o rosário diariamente.
Virgem de Fátima, rogai por nós! 
CONHEÇA A VIRGEM PADROEIRA DE CADA PAÍS DA AMÉRICA DO SUL CONHEÇA A VIRGEM PADROEIRA DE CADA PAÍS DA AMÉRICA DO SUL Reviewed by Unknown on agosto 25, 2017 Rating: 5