PERPÉTUA VIRGINDADE DE MARIA


Dogma da Perpétua Virgindade de Nossa Senhora 




O Dogma da Perpétua Virgindade se refere a que Maria foi Virgem antes, durante e perpétuamente depois do parto.

"Ela é a Virgem que conceberá e dará à luz um Filho cujo nome será Emanuel" (Cf. Is., 7, 14; Miq., 5, 2-3; Mt., 1, 22-23) (Constituição Dogmática Lumen Gentium, 55 - Concílio Vaticano II).


"O aprofundamentamento da fé na maternidade virginal levou a Igreja a confessar a virgindade real e perpétua de Maria inclusive no parto do Filho de Deus feito homem. Com efeito, o nascimento de Cristo "longe de diminuir consagrou a integridade virginal" de sua mãe. A liturgia da Igreja celebra a Maria como a 'Aeiparthenos' a 'sempre-virgem'." (499-catecismo da Igreja Católica).


São Tomás de Aquino apresenta magistralmente as razões da virgindade de Maria:

“Convinha que aquele que é Filho único de Deus (…), fosse virginalmente concebido ao se fazer carne; para que a natureza humana do Salvador fosse isenta do pecado original, ficava bem que não fosse formado como de ordinário pela via seminal, mas pela concepção virginal; nascendo segundo a carne de uma virgem, Cristo mostrava que seus membros deviam nascer segundo o espírito dessa Virgem, sua esposa espiritual, que é a Igreja. O nascimento virginal é de todo conveniente, pois o Verbo que é eternamente concebido e procede do Pai sem nenhuma corrupção deve, se ele se faz carne, nascer de uma mãe virgem, conservando-lhe sua virgindade; Aquele que vem para retirar toda a corrupção não deve, ao nascer, destruir a virgindade daquela que lhe deu à luz.” (TM, pp. 28-29)

A virgindade perpétua de Maria foi proclamada em 649 no Concilio Regional de Latrão, que disse:

“Se alguém, segundo os Santos Padres, não confessa que própria e verdadeiramente é Mãe de Deus a santa e sempre Virgem e Imaculada Maria, já que concebeu nos últimos tempos sem sêmen, do Espírito Santo, o próprio Deus-Verbo (…), e que deu à luz sem corrupção, permanecendo a sua virgindade indissolúvel mesmo depois do parto, seja anátema.” (DS 255,649)

O Papa Paulo IV, em 07/08/1555, apresentou a perpétua virgindade de Maria entre os temas fundamentais da fé. Assim se expressou:

“A Bem-aventurada Virgem Maria foi verdadeira Mãe de Deus, e guardou sempre íntegra a virgindade, antes do parto, no parto e constantemente depois do parto.”

Toda a Tradição cristã e até mesmo os reformadores protestantes, como Lutero e João Calvino, professaram a virgindade de Maria. Em 1537, em seus “Artigos da Doutrina Cristã”, é o próprio Lutero quem diz:

“O Filho de Deus fez-se homem, de modo a ser concebido do Espírito Santo sem o concurso de varão e a nascer de Maria pura, santa e sempre virgem.”

Em 1542, João Calvino publicou o “Catecismo da Igreja de Genebra”, onde se lê:

“O Filho de Deus foi formado no seio da Virgem Maria (…). Isto aconteceu por ação milagrosa do Espírito Santo sem consórcio de varão.”

Santo Agostinho afirma que:

“Cristo nasceu com efeito da Mãe que embora sem contato com varão concebeu intacta, e sempre intacta permaneceu, concebeu virgem, dando à luz virgem, virgem morrendo, embora fosse desposada com o carpinteiro, extinguiu todo orgulho da nobreza carnal”.

E ainda: “Uma virgem concebe, virgem leva o fruto, uma virgem dá à luz e permanece perpetuamente virgem.”

Os Santos Padres não se cansavam de exaltar a virgindade de Maria:

“Virgem que gerou a Luz, sem ficar com nenhum sinal, como outrora a sarça (de Moisés) que ardia em fogo sem se consumir.” (Santo Efrém)

“Virgem ainda mais pura depois do parto.” (Santo Epifânio)

“Virgem que permaneceu Virgem, mesmo sendo verdadeiramente mãe.” (São João Crisóstomo)

“Virgem que deu à luz e, enquanto dava à luz, duplicava a virgindade.” (São Gregório Magno). (MM, p. 28)

São Leão Magno (†460), doutor da Igreja e Papa, em seus Sermões sobre o Natal e a Epifania, explica uma das razões da virgindade de Maria:

“Não transparece uma razão profunda no fato de Cristo ter querido nascer de uma Virgem? Seria a de ocultar ao demônio que a salvação nascera para os homens, a fim de que, ignorando a geração espiritual, não julgasse que havia nascido de modo diferente aquele que via semelhante aos outros. Notando que sua natureza era igual à de todos, supunha que sua origem fosse a mesma; e não percebeu que estava livre dos laços do pecado aquele que não encontrou isento da fraqueza dos mortais (…). Foi assim iludida a sagacidade do inimigo, que em segurança supunha que o nascimento do menino gerado para a salvação do gênero humano estivesse sob seu domínio como os outros (…). Conhecendo o veneno com que corrompera a natureza humana, jamais julgou isento do pecado original aquele que, por tantos indícios, supunha ser um mortal.” (SNE, p. 34)
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